O paquímetro é uma ferramenta de medição que possui uma longa história, remontando à antiguidade. Embora não seja possível identificar um inventor específico do paquímetro, sua origem pode ser atribuída a várias civilizações antigas.
Os primeiros registros de instrumentos de medição semelhantes ao paquímetro remontam ao antigo Egito e à antiga Mesopotâmia (atual região do Iraque). Esses instrumentos rudimentares eram utilizados para realizar medições lineares e angulares.
No entanto, o desenvolvimento e aprimoramento do paquímetro como conhecemos ocorreram durante o período renascentista. Na Europa, inventores e cientistas como Albrecht Dürer, Leonardo da Vinci e Simon Stevin contribuíram para o desenvolvimento de dispositivos de medição mais avançados.
Foi no século XVII que o físico e matemático francês Pierre Vernier desenvolveu o princípio do nônio (também conhecido como escala vernier). O nônio é uma escala auxiliar gravada em uma haste móvel que permite leituras de medição mais precisas.
No século XVIII, o paquímetro foi aprimorado pelo matemático e instrumentista suíço Jean Pierre Droz. Ele adicionou a escala fixa e a régua graduada ao paquímetro, o que permitiu medições ainda mais precisas e versáteis.
Ao longo dos séculos seguintes, o paquímetro continuou a ser aprimorado e refinado, com a introdução de materiais mais precisos, técnicas de fabricação avançadas e a aplicação de princípios mecânicos e ópticos.
Hoje, o paquímetro é um instrumento amplamente utilizado desempenhando um papel essencial na medição de dimensões lineares, espessuras, diâmetros e profundidades com precisão e confiabilidade sendo o paquímetro universal o mais conhecido e utilizado.
O paquímetro universal possui quatro faces de medição sendo:
1. Faces de medição externa: O paquímetro universal permite medir a dimensão externa de objetos, como diâmetros de hastes, tubos, cilindros e chapas metálicas. Ele possui duas mandíbulas fixas e uma mandíbula móvel que desliza ao longo da régua graduada. Ao fechar as mandíbulas em torno do objeto, é possível ler a medida diretamente na escala ou no nônio (escala vernier) para uma leitura mais precisa.
2. Faces de medição interna: Além da medição externa, o paquímetro universal também é capaz de medir a dimensão interna de objetos, como diâmetros de furos, canais e roscas internas. Para isso, utiliza-se as garras internas, que são inseridas dentro do objeto a ser medido. A leitura é feita da mesma forma que na medição externa, observando a escala ou o nônio.
3. Haste de profundidade: O paquímetro universal também pode ser utilizado para medir a profundidade de furos, rebaixos e cavidades. Para isso, possui uma haste de medição que se estende perpendicularmente à régua graduada. Ao inserir a haste na cavidade e fechar as mandíbulas, é possível realizar a medição da profundidade.
4. Rebaixo: Para medir a dimensão de um rebaixo, o paquímetro universal possui uma lâmina de medição fixada à mandíbula móvel. A lâmina é posicionada na parte inferior do rebaixo e a medição é feita normalmente, considerando a lâmina como uma extensão da mandíbula móvel.
Além dessas medições básicas, existem paquímetros universais especiais projetados para medições específicas, como:
- Paquímetro de profundidade: Possui uma haste de medição mais longa e fina, permitindo medições de profundidade mais profundas.
- Paquímetro de engrenagens: Projetado para medições de engrenagens, possui pontas especiais para se ajustar aos dentes das engrenagens e realizar medições precisas.
- Paquímetro de canais: Utilizado para medir a largura de canais, ranhuras e sulcos, possui pontas estreitas para acessar essas áreas estreitas.
PROCESSO DE CALIBRAÇÃO.
Todos nós sabemos que a calibração é um processo importante para garantir sua precisão e confiabilidade nas medições. Para realizar a calibração utilizando blocos e anéis padrão, siga os passos abaixo:
1. Calibração de medições externas:
- Selecione um bloco padrão com uma dimensão conhecida e igual ou próxima à capacidade máxima de medição externa do paquímetro.
- Abra as faces de medição externas do paquímetro e posicione-as em torno do bloco padrão, certificando-se de que estejam em contato firme com a superfície.
- Faça a leitura do valor medido no paquímetro.
- Compare a leitura com a dimensão conhecida do bloco padrão.
- Para a calibração utilizando as faces de medição para medidas externas devem ser realizadas medições em 06 pontos ao longo da faixa de medição considerando os valores extremos e um ponto com o nônio.
2. Calibração de medições internas:
- Selecione um anel padrão com um diâmetro conhecido preferencialmente com um valor igual a medição realizada com bloco padrão.
- Faça a medição com as faces de medição externas, certificando-se de que esteja encaixado corretamente.
- Faça a leitura do valor medido no paquímetro.
- Compare a leitura com o diâmetro conhecido do anel padrão.
Para a calibração utilizando as faces de medição para medidas internas deve ser realizada 01 medição preferencialmente em um ponto onde também foi realizada a medição para medidas externas.
3. Calibração de medições de profundidade:
- Selecione dois blocos padrão conhecidos preferencialmente com um valor igual a medição realizada nas faces de medição externa. Caso não tenha os dois blocos padrão, faça a montagem de um bloco.
- Utilizando uma superfície de referência, faça a medição da profundidade utilizando a haste de medição.
- Faça a leitura do valor medido no paquímetro.
- Compare a leitura com a dimensão conhecida do bloco padrão.
Para a calibração utilizando a haste de profundidade deve ser realizada 01 medição preferencialmente em um ponto onde também foi realizada a medição para medidas externas.
4. Calibração de medições de rebaixo:
- Selecione um bloco padrão conhecido preferencialmente com um valor igual a medição realizada nas faces de medição externa.
- Posicione o bloco padrão sobre a superfície onde o rebaixo será medido.
- Faça a medição utilizando a superfície para medição de rebaixo.
- Faça a leitura do valor medido no paquímetro.
- Compare a leitura com a dimensão conhecida do bloco padrão.
Para a calibração utilizando a superfície para medição de rebaixo deve ser realizada 01 medição preferencialmente em um ponto onde também foi realizada a medição para medidas externas.
Lembre-se de seguir as instruções do fabricante do paquímetro para realizar corretamente o procedimento de calibração. É recomendado realizar a calibração periodicamente para garantir que o paquímetro esteja sempre fornecendo resultados precisos e confiáveis nas medições.