Análise Crítica de Certificados de Calibração 2

A calibração é um processo de comparação de um instrumento de medição com um padrão conhecido com o objetivo de determinar as características metrológicas do instrumento que está sendo calibrado lembrando que:

a. cada tipo de instrumento possui características próprias;

b. incerteza da medição é característica metrológica.

Nota: Antes de continuarmos devemos lembrar que, a calibração válida passado e não, futuro.

As características são declaradas em um documento que normalmente é conhecido como certificado de calibração

A ISO/IEC 17025 determina que um certificado de calibração deve conter:

+ um título;

+ nome e endereço do laboratório;

+ local de realização da calibração independente se realizado nas dependências do laboratório ou nas do cliente;

+ condições sob as quais a calibração foi realizada tem tenham influência sobre os resultados apresentados. Como exemplo, as condições ambientais;

+ a rastreabilidade do processo de calibração;

+ resultados antes e após a calibração caso o instrumento tenha sido ajustado;

+ se houver pertinência, uma declaração de conformidade;

+ se apropriado, opiniões ou interpretações.

Um ponto de grande importância está relacionado ao impedimento do laboratório em determinar a data da próxima calibração.

Ok. Até o momento mostramos as informações que um certificado de calibração deve conter e que é a etapa mais fácil mas, como saber que os resultados declarados estão corretos?

Bom, vamos a análise do certificado.

1° Etapa – Verificar se as informações relacionados ao instrumento de medição, local de execução e demais informações com exceção dos resultados da medição estão contidos no certificado e se estão corretos;

2° Etapa – Verificar se o certificado de calibração foi emitido por pessoal autorizado.

Para isso, temos dois caminhos.

a. se o laboratório não for acreditado, o dono do instrumento poderá solicitar ao fornecedor a comprovação da competência técnica do profissional que emitiu o certificado de calibração visando comprovar se este possui os treinamentos e/ou experiência necessária para emissão do certificado;

b. se o laboratório for acreditado, você poderá acessar a página da RBC e efetuar a pesquisa do laboratório e verificar se o responsável consta no escopo de acreditação. Caso não seja a mesma o profissional, vale o contato com o laboratório para esclarecimentos se maiores informações.

3° Etapa – Verificar a rastreabilidade.

Neste caso, são quatro itens que devemos observar para comprovação da rastreabilidade.

+ se o(s) instrumento(s) utilizado(s) nas calibração como referência possui características metrológicas superiores ao instrumento que foi calibrado;

+ se há declaração da incerteza da medição incluindo o valor de k;

+ o próprio certificado de calibração que é diferente do certificado de conformidade emitido pelos fabricantes. Um certificado de calibração deve declarar o erro e incerteza da medição;

+ comprovação de competência do profissional responsável pela emissão do certificado de calibração. Esta comprovação é determinada somente na ISO/IEC 17025.

4° Etapa – Verificar se os valores declarados estão corretos.

Nesta etapa deve ser observado o tipo de instrumento isto porque, se estivermos falando de um manômetro devemos observar a existência de valores relacionados ao carregamento e descarregamento de pressão além da histerese e erro fiducial, se estivermos falando de uma trena ou termômetro temos que observar o erro do instrumento, se estivermos falando de uma balança além dos erro e valores relacionados a carga de canto e assim para cada tipo de instrumento.

Mas, há itens que são aplicados a vários instrumentos. Para melhor mostrar como a análise crítica deve ser realizada, disponibilizamos dois exemplos em nossa página de treinamento. Acesse www.auna.com.br/analisecertificado e veja os vídeos.

A análise crítica do certificado de calibração é um dos pontos fundamentais quando falamos em gestão de medição por ser possível, avaliar a estabilidade do instrumento.