AUNA Metrologia
Site blog
A calibração do micrômetro é uma tarefa que apesar de simples é necessária muita atenção e concentração uma vez que estamos efetuando leitura na casa do micrômetro. Considerando que um fio de cabelo humano possui diâmetro médio entre 80 e 130 micrômetros qualquer alteração por menor que seja poderá resultar em valores errôneos. Em função de sua exatidão, há um tipo de micrômetro para cada tipo de medição. Com isso, temos micrômetros para:
- medições externas;
- medições internas;
- medição de altura;
- medição de rebaixo entre outros modelos.
- Micrômetros externos – 11 pontos incluindo o zero e a capacidade máxima de medição, planeza e paralelismo para micrômetros até 100 mm;
- Micrômetros internos de duas pontas – com faixa de medição até 5 mm, 5 pontos; com faixa de medição acima de 5 mm, 11 pontos. Em ambos os casos devem ser efetuadas medições em diferentes posições angulares;
- Micrômetros internos de três pontas – 3 pontos se a faixa de medição for menor ou igual a 6 mm. Acima de 6 mm efetuar medição em 2 pontos;
- Micrômetros de profundidade – 11 pontos incluindo o zero e a capacidade máxima de medição.
É recomendado que sejam realizadas no mínimo, 3 ciclos de medição. Se for necessário a realização de mais ciclos de medição é recomendável que sejam sempre em número ímpares.
Você sabia que é possível reduzir entre 4% e 64% seu custo com calibração determinando de forma correta a periodicidade da calibração. Neste artigo vamos mostrar como determinar a periodicidade utilizando duas ferramentas. Lembrando que, a determinação da periodicidade de calibração tem muito mais que somente a aplicação das duas ferramentas apresentadas neste artigo.
Ainda é muito comum a determinação da periodicidade da calibração sem a avaliação do comportamento dos instrumento de medição ao longo do tempo, ou seja, após a calibração o certificado de calibração é “analisado” e verificado se o mesmo atende ao critério de aceitação. Se estiver ok, a próxima calibração será em “x” tempo sendo definido normalmente, em 12 meses mas, ninguém sabe informar com exatidão o porque da determinação em 12 meses.
Vamos colocar dois pontos:
- A calibração é o retrato das características metrológicas do instrumento no momento da calibração, ou seja, qualquer mau uso do instrumento ou desgaste ao longo do tempo não é garantia que o instrumento ainda permanece com as mesmas características metrológicas. Em suma. Calibração valida passado e não futuro;
- Como as características metrológicas variam ao longo do tempo, o que garante que o instrumento, mesmo que utilizado de forma correta, não terá suas características metrológicas alteradas antes da data da próxima calibração e consequentemente, irá colocar em dúvida as medições realizadas e se o produto liberado esta ou não, em conformidade.
Com isso, podemos afirmar que a determinação da periodicidade de calibração tem início na análise crítica do certificado de calibração e que esta muito longe de ser somente, a verificação se o instrumento atende ou não, ao critério de aceitação.
Então vamos lá.
Quando falamos em determinação da periodicidade de calibração temos dois momentos sendo o primeiro na aquisição do instrumento de medição e o segundo, a partir da segunda calibração.
1. Na aquisição do instrumento de medição.
Importante ressaltar que, neste momento, a calibração serve para confirmar as características metrológicas do instrumento em função de normas ou descrição técnica do mesmo devendo a periodicidade ser a menor possível.
2. A partir da segunda calibração.
A partir deste momento passamos a determinar a periodicidade de calibração com a aplicação de suas ferramentas.
a. Método de Schumacher.
Neste método os instrumentos são classificados conforme as condições em que se encontram, levando-se em consideração o histórico de conformidade do instrumento. Após a calibração dos instrumentos, classificamos os mesmos considerando:
- A (Avaria): designa problema que possa prejudicar um ou mais parâmetros do instrumento. Como exemplo, as reclamações de usuários e tolerâncias;
C (Conforme): designa conformidade comprovada durante a revalidação;
- F (Fora de tolerância – Não conforme): o instrumento funciona bem, mas fora da tolerância especificada.
Condições no recebimento.
Ciclos anteriores | A | F | C |
---|---|---|---|
CCC | P | D | E |
NCC | P | D | E |
ACC | P | D | P |
CA | M | M | P |
NC | P | M | P |
NA | M | M | P |
AC | P | D | P |
AA | M | M | P |
Acima exemplificamos os casos com pelo menos dois ciclos de medição e com base no desempenho das duas ou três últimas calibrações temos:
- E (aumentar): indica que a duração deve ser aumentada;
- D (diminuir): indica que a duração deve ser diminuída;
- M (máxima redução): indica a redução até a duração mínima;
- P (permanece): indica a permanência da periodicidade de calibração;
- N (novo): indica novo ciclo de periodicidade de calibração.
Intervalo atual (dias) | Aumentar (dias) | Reduzir (dias) | Máxima redução (dias) |
---|---|---|---|
35 | 49 | 28 | 28 |
70 | 91 | 63 | 42 |
105 | 126 | 98 | 63 |
140 | 168 | 126 | 91 |
175 | 203 | 161 | 112 |
210 | 245 | 189 | 140 |
Vamos um a exemplo:
Suponha-se que um instrumento é calibrado com periodicidade de 175 dias e foi evidenciado que nos ciclos anteriores e na calibração atual, o instrumento esta conforme. Com a aplicação do Método de Schumacher, a periodicidade de calibração poderá ser aumentada para 203 dias.
b. Análise de Tendência.
A análise de tendência, consiste na análise pontual dos resultados apresentados pelo instrumento de medição ao longo do tempo devendo a incerteza de medição ser considerada.
Exemplificamos abaixo um gráfico de tendência.
Conclusão.
Após determinar a periodicidade de calibração com a utilização do Método de Schumacher é necessário sua confirmação através da previsibilidade utilizando a Análise de Tendência.